“No último domingo, dia 19 de dezembro de 2021, decidimos ocupar presencialmente parte da Avenida Paulista, um dos principais símbolos do capitalismo da cidade de $ão Paulo, com o objetivo de rasgar o silêncio de um contexto apático no qual todxs parecem acomodadxs e felizes em frente às telas.
No mesmo lugar onde dias atrás vermes neonazistas foram vistos destilando sua presença podre e intolerável, tomamos as ruas para realizar a I fúria-livre, jornada de difusão de materiais anárquicos.
A céu aberto e com os cuidados necessários devido ao momento pandêmico que estamos passando, foram expostos zines, livros, revistas, cartazes, adesivos, patches, camisetas, bordados, crochês, desenhos, colagens, panfletos solidários com a luta dos povos originários e pela liberdade de compas sequestradxs nas prisões chilenas, bem como tantos outros temas.
O dia amanheceu frio e chuvoso, mas foi esquentando com o passar das horas. Clima instável. O vento forte vez em quando fazia alguns panfletos ou cartazes voarem pela calçada. A maioria era recuperada por quem corria atrás deles e outros voaram por aí, quase como numa dança improvisada.
Pessoas passavam, trombavam, olhavam… algumas paravam rapidamente para puxar assuntos aleatórios ou para conversar mais longamente e ler os textos. Estiveram presentes compas que vieram de longe para participar da atividade ou mesmo quem sequer sabia que estaríamos ali, mas acabou parando.
Foi uma jornada auto-organizada, sem mestres ou chefes, que promoveu encontros e reencontros, trocas de materiais, arrecadação de fundos para outros projetos e mais do que tudo: foi um pequenino gesto, mas um ruído em meio à normalidade da cidade, para lembrarmos, no corpo-a-corpo, que é preciso retomar as ruas. E que estamos vivxs e em todas as partes.
saúde
y que viva a anarquia!
de alguém furiosx em algum canto da cidade.
20 de dezembro de 2021″.