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anticarcerário greve de fome solidariedade território dominado pelo estado chileno

Palavras de José Adrián Poblete Darre desde a prisão em solidariedade com xs compas em greve de fome

Tradução de texto difundido por Buscandolakalle.

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José Ádrian Poblete Dare, chileno de nascimento há 42 anos, viveu na clandestinidade usando documentação falsa e assaltando os ricos para sobreviver. Isso o levou a ser preso nas masmorras de diversos estados: Chile, Argentina, Alemanha, Suíça, França, Itália e, agora desde o ano 2005, no estado espanhol.

O fato de estar privado de liberdade não apenas não mudou sua forma de entender a vida como afiou seu pensamento; não apenas não diminuiu sua dignidade, mas a reforçou. Tudo isso o levou a realizar diferentes lutas nas diferentes prisões em que cumpriu pena.

Assim, participou em diferentes motins, defendendo que a luta é o único caminho, quebrando e colocando fogo em prisões como Picassent (Valência), Castelló, Villena (Alicante), Múrcia ou Topas (Salamanca), onde esteve 8 dias em coma já que os carcereiros, como represália e vingança, demoraram 40 minutos para abrir a porta e ele quase morre asfixiado.

Também sempre se defendeu das agressões dos carcereiros que tem por costume agredir em grupo.

Partidário de todas as formas possíveis de luta, se mutilou em várias ocasiões, participou da Greve de Fome Rotativa que pelo segundo ano consecutivo se realiza nas prisões do estado espanhol e, além disso, todos os meses faz Greves de Fome (a quantidade de dias varia dependendo de sua saúde) não apenas pelos 14 pontos que todxs xs presxs reivindicam nas Greves de Fome Rotativas, mas também em solidariedade com outrxs presxs.

“Saúde, força e rebeldia.

Quero enviar um forte abraço combativo aos meus paisanos [conterrâneos] Mónica e Francisco e toda minha solidariedade ao movimento Mapuche. Muita força e ânimo na greve de fome para exigir a revogação do art. 9 e a restituição do art. 1 do Decreto de Lei 321, para que a liberdade condicional seja um direito e não um benefício concedido pela prisão.

Sinto muito não poder ajudar nesta greve por problemas de saúde, mas logo estarei com vocês. Já cumpri 3/4 de minha pena, saio em 2023, mas não me expulsam. Tenho pendente um sumário onde me acusam de agredir um chefe do serviço [policial] e dois funcionários do estado espanhol.

Até breve e fogo nas prisões sempre.
Dar ao povo o que é do povo.
Liberdade ao povo Mapuche.
O que é a propriedade privada? É um roubo da burguesia ao proletariado. Portanto, é lícita sua expropriação e recuperação.

José Adrián Poblete Darre,

Prisão Madri V. Isolamento.

28770 Soto del Real. Madri.”