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BREVE COMENTÁRIO SOBRE O EXTERMÍNIO QUE NÃO PARA

No dia de ontem, 6 de maio de 2021, uma invasão policial à favela do Jacarézinho, na zona norte do Rio de Janeiro, deixou um rastro de sangue. Ao menos 25 pessoas foram assassinadas a tiros pelos policiais. Há também alguns relatos de torturas e invasão de casas de moradorxs da região. Além disso, após a ação, os policiais ainda mexeram nos corpos, montando cenas, tirando fotos e se divertindo com os corpos estendidos no chão.

Após o massacre, a polícia deu uma declaração pública na qual afirmava que a operação foi um sucesso e que as pessoas assassinadas eram “criminosas” e traficantes de drogas. Esse é o argumento usado permanentemente pelo Estado quando mata, na enorme maioria pessoas pretas e pobres, como se elas devessem morrer por representarem um mal. É o racismo de Estado que mostra sua cara.

Não nos interessa defender a “inocência” ou a “culpa” das pessoas executadas. A questão é bem anterior a isso. Salta os olhos como esse tipo de declaração explicita um extermínio em curso, evidencia que a pena de morte neste território nunca deixou de existir. Enquanto isso, mais uma pilha de corpos de pessoas executadas por policiais. E não. Essa não foi uma ação ilegal dentro do Estado democrático de direito, tão defendido por todos os lados. Foi uma operação oficial. Os casos de invasões policiais nas favelas e periferias (na base do cano do fuzil) são diários.

O extermínio é constante, é a outra face do regime democrático. É esse o cheiro da democracia. Cheiro de sangue, cheiro de morte. O massacre de ontem não foi um caso isolado. Não. Não foram desvios de conduta individuais a serem apuradas. Não nos interessa fazer denúncia ao que haveria sido uma operação com excessos. O que ocorreu ontem no Rio de Janeiro é a continuidade de um extermínio em curso, que precisa ser parado. E isso não vai ocorrer com protocolos ou reformas, mas com a ABOLIÇÃO urgente da polícia. Não é possível vida dentro do Estado, esta máquina que se alimenta de corpos e de dor.

Nem esquecimento e nem perdão!

Morte ao Estado,
que viva a vida livre!
(A)