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Comunicado sobre a greve de fome na prisão chilena de Rancagua, 11 de junho de 2021

Ante uma nova greve de fome, mobilização e luta desde a prisão/empresa de Rancagua

Assumimos o conflito com o Estado, a prisão e o capital desde o momento em que deixamos as palavras vazias e passamos à ação.

Assumimos com isso o passo à ofensiva e as consequências hostis que devém do sinuoso caminho do enfrentamento. Não necessitamos nem de permissão e nem do reconhecimento de ninguém para tomar a vida em nossas mãos e daí construir laços de afinidade, de companheirismo e irmandade.

Claramente este processo dinâmico e constante nos ensina e nos convoca a estar sempre atentxs ao devir da luta pela liberação total.

Sim! A liberação total de povos, indivíduos e comunidades que buscamos uma vida longe do lixo capitalista, da imposição autoritária do domínio afirmada, entre outras coisas, na podridão política de seus acordos, soluções e alianças costuradas, ainda entre quatro paredes, apenas para afirmar a continuidade do poder que tanto odiamos em todas suas formas e cores.

Hoje nos encontramos em um novo capítulo de luta era e concreta nas prisões chilenas. Companheirxs subversivxs e anarquistas de longas penas, que enfrentamos a vingança do Estado em primeira pessoa, junto à nossas manadas, famílias, companheirxs, amigxs e afins.

Esta realidade é de luta pela destruição total da sociedade carcerária não como um slogan ao vento, mas no cotidiano e no milimétrico enfrentamento ao todo diário do confinamento.

Há décadas vivemos a prisão política que nunca desapareceu e que não começou em 18 de outubro de 2019. As mesmas hostilidades judiciais, político-jornalísticas-policiais que hoje são denunciadas como inaceitáveis, nós vivenciamos sem pausa por anos.

E seguimos com o punho erguido, abraçando a beleza da irmandade e o companheirismo subversivo, autônomo e anárquico pelo mundo todo, confrontando as diferentes formas com pelas quais o inimigo se apresenta, buscando sempre sermos mais e melhores indivíduos na integralidade de nosso ser.

Hoje resistimos em uma nova greve de fome nos módulos 1 e 2 da prisão/empresa de Rancagua junto a um universo de quase 40 presos sociais com quem lutamos pela preservação de nossos direitos ganhados com anos de luta e mobilização.

Chamamos a todos os espaços anticarcerários, todas as organizações, grupos, coletivos e pessoas da zona e de todos os confins para a ação multiforme, para a solidariedade concreta, para a vontade real de romper o contínuo castigo e isolamento que nos mantém.

Nossa prisão é política no contexto irrenunciável da guerra social!!

Não renunciamos a nossas exigências da greve de fome passada e assumimos as presentes como continuidade de luta e em rechaço ao isolamento completo pela “quarentena” (24 horas de confinamento e proibição de visita de advogados), o rechaço ao sistema alimentício ao qual querem nos submeter (inúmeras restrições na encomenda, negando tudo o que se avançou na C.A.S.) e as exigências de um regime de desconfinamento digno.

SOLIDARIEDADE E CUMPLICIDADE COM OS PRESOS MOBILIZADOS E EM GREVE DE FOME!!!

CONTRA O CASTIGO E O ISOLAMENTO ENCOBERTO NA PANDEMIA!!!

DEFENDER TODOS OS AVANCES CONSEGUIDOS COM LUTA DNTRO DAS PRISÕES!!!

A REVOGAR AS MODIFICAÇÕES NO D.L. 321!

LIBERDADE PARA MARCELO VILLAROEL!

SOLIDARIEDADE E CUMPLICIDADE COM XS PRESXS SUBVERSIVXS E ANARQUISTAS EM LUTA NAS CÁRCERES CHILENAS!!

MORTE AO ESTADO, VIVA A ANARQUIA!

ENQUANTO EXISTIR MISÉRIA HAVERÁ REBELIÃO!

PELA DESTRUIÇÃO DA SOCIEDADE CARCERÁRIA!

PELA EXTENSÃO  DA SOLIDARIEDADE COM XS PRESXS DA GUERRA SOCIAL, DA REVOLTA E DA LIBERAÇÃO MAPUCHE!

PELA LIBERAÇÃO TOTAL!!

Francisco Solar Domínguez
Marcelo Villaroel Sepúlveda
Juan Aliste Vega
Juan Flores Riquelme
Joaquín Garcia Chanks

Módulo 1 e 2, alta e segurança máxima da prisão/empresa La Gonzalina, Rancagua.
Sexta, 11 de junho de 2021.
Região dominada pelo Estado chileno.